Quinta-feira,
23 de abril de 2015
“Certos
pensamentos são como orações, há momentos em que, seja qual for a posição do
corpo, a alma está, sempre, de joelhos.” (Victor Hugo)
EVANGELHO
DE HOJE
Jo 6,44-51
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a
vós, Senhor!
Só poderão
vir a mim aqueles que forem trazidos pelo Pai, que me enviou, e eu os
ressuscitarei no último dia. Nos Profetas está escrito: "Todos serão
ensinados por Deus." E todos os que ouvem o Pai e aprendem com ele vêm a
mim. Isso não quer dizer que alguém já tenha visto o Pai, a não ser aquele que
vem de Deus; ele já viu o Pai.
- Eu afirmo
a vocês que isto é verdade: quem crê tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida.
Os antepassados de vocês comeram o maná no deserto, mas morreram. Aqui está o
pão que desce do céu; e quem comer desse pão nunca morrerá. Eu sou o pão vivo
que desceu do céu. Se alguém comer desse pão, viverá para sempre. E o pão que
eu darei para que o mundo tenha vida é a minha carne.
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Alexandre
Soledade
Bom
dia!
Preciso
fazer uma ponte com a reflexão de ontem:
“(…)
Para que ninguém se perca é preciso maior empenho e novas taticas, mas mesmo
assim temos que entender e conhecer bem as nossas limitações. Tamanha dedicação
sempre estará condicionada a vontade de quem se ‘perdeu’ em querer ‘se
encontrar”.
Agora
façamos uma conexão com esse versículo: “(…) ’Todos serão ensinados por Deus’.
E todos os que ouvem o Pai e aprendem com ele vêm a mim”.
É
uma perspectiva interessante. Deus se manifesta a todos os seus filhos, mas se
revela através de Jesus. É Jesus que apresenta a salvação àqueles que se
deixaram tocar pelo pai, pois não é seu desejo que ninguém se perca, mas
trazendo a reflexão de ontem, é preciso que quem “se perdeu” também se deixe
encontrar, ser tocado, conduzido, (…).
Jesus
vence a morte e de imediato apresenta a nova dinâmica de evangelização aos seus
discípulos; novos afazeres ligados a apresentação desse reino as criaturas. Até
antes da cruz, as pessoas corriam, se acotovelavam para ver Jesus, e ao
ressuscitar, Jesus vai ao encontro das pessoas, ordenando que se faça o mesmo.
“(…)
Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho
ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. (Mateus
28, 19-20)
Esse
reino de Deus é dinâmico e não estático. Esse reino inicia quando levantamos,
mas não se despede ao no fim do dia quando dormimos; esse reino tem sua
primeira célula a família, dentro de casa, perto dos nossos e se estende a
comunidade, a igreja, a paróquia,… O reino não se resume no castelo, mas em
todos que vivem em torno dele, ou seja, nas pessoas. Portanto se conclui que
nenhuma pastoral ou movimento é mais importante que a comunidade, que a
família, que o coletivo.
É
preciso ficar claro: Se deixar ser encaminhado por Deus começa por um ato
individual chamado de oração. É através dela que o pastor consegue encontrar
sua ovelha e é através dela também que reconhece a voz do seu pastor. É por ela
que o fraco se torna forte, o desanimado se levanta, é através dela que se
sente filho
“(…)
Junto de vós, Senhor, me refugio. Não seja eu confundido para sempre; por vossa
justiça, livrai-me! Inclinai para mim vossos ouvidos, apressai-vos em me
libertar. Sede para mim uma rocha de refúgio, uma fortaleza bem armada para me
salvar. Pois só vós sois minha rocha e fortaleza: haveis de me guiar e dirigir,
por amor de vosso nome.“ (Salmo 30/31, 2-4)
Precisamos
então re-ensinar as pessoas a rezar, a parar, a ouvir, a ter contato com o
divino. A modernidade do qual falamos durante essa semana gerou e não para de
gerar pessoas imediatistas. Uma geração “aperta um botão e liga”, ninguém quer
mais levantar para mudar o canal da TV e assim tem sido com a fé. Querem um
Deus maná, que atenda de imediato, mas que não exija compromisso
Nossas
homilias, reflexões, pregações devem ir além do contexto político, econômico,…
Ela deve ser social, abrangente e pedagógica. Nenhum bom professor se atreve a
lecionar sem preparar a aula, ainda mais hoje com a informação a um clique do
mouse, pois se assim o fizer é capaz de ficar “sem graça” ao ser corrigido por
um aluno primário.
Nenhum
movimento da igreja pode se rejeitar a ter o documento de aparecida como livro
de cabeceira; não pode fugir da missão de ir até as pessoas, não pode parar e
esperar que venham. Acreditar em Jesus é apresentá-lo e não buscá-lo apenas por
interesse.
Minha
oração e minha prece por aqueles que lutam para apresentar o reino de Deus aos
que dormem nas calçadas, aos que passam frio, aos abandonados nos asilos, aos
que pagam seus erros nos presídios, aos doentes, aos que precisam de conselho,
oração e um ombro.
Um
imenso abraço fraterno
MUNDO
ANIMAL
Guia geral
de treinamento para cães de guarda
Por Ayrton
Mugnaini Jr.
Quase
todo cão serve de "guardinha", e quase nenhum ladrão vai ficar e
pagar para ver se o cão morde ou não. Mas este texto não é um guia de
treinamento de cães policiais ou guardas profissionais, que exige tempo,
dinheiro e equipe especializada, e sim de cães de guarda caseiros, cujo
treinamento, pelo menos o básico de socialização, pode ser feito em casa —
embora exija muito mais atenção que a simples socialização para companhia, já
que a frase "cão de guarda é arma carregada" tornou-se clichê
justamente por ser verdadeira.
"Acãodemia"
de polícia
O
ideal é que o cão tenha muita disposição para atividade física, incluindo jogos
e brincadeiras vivazes, NÃO seja impulsivo e se adapte bem a mudanças de
ambiente ou clima. Ao contrário dos cães de companhia, que podem ter um nome e
um "monte" (dois ou três) apelidos, é aconselhável que o cão de guarda
tenha um nome só e aprenda a atender prontamente quando chamado por ele.
Chame-o pelo nome e dê-lhe uma recompensa e elogio quando ele atender, até que
ele aprenda que deve vir na hora quando chamado pelo nome ou pelo comando de
"Vem!".
O
cão pode ser treinado com qualquer idade, mas quanto mais jovem ele for, melhor
(o ideal é de seis a 16 semanas de idade), para que os ensinamentos de guarda
não se choquem com outros; por exemplo, se ele já for adulto e foi ensinado a
não pular para cima de pessoas, será mais difícil (embora não impossível)
ensiná-lo a pular para cima de pessoas estranhas.
O
ideal é que o treinamento seja feito por profissionais, mas se o peludo for bem
socializado em casa já teremos meio território marcado. Todo cão deve ser muito
bem socializado, mais ainda um cão de guarda, que precisa obedecer
instantaneamente a todos os comandos básicos ("vem!",
"junto", "pega!", "quieto", "é amigo"
etc.) do dono — incluindo todos os membros da família, até mesmo outros bichos
de estimação — e treinador, e somente a estas pessoas, não a estranhas e muito
menos invasoras, de quem ele não deve obedecer nem aceitar nada, nem mesmo
"petiscos" que podem ser perigosos ou letais para ele.
O
incentivo sempre deve ser positivo e não negativo — ou seja, o cão deve ser elogiado
quando acerta e não castigado quando erra ou demora a aprender — , para que o
bicho não se torne indevidamente
agressivo. O cão deve ser treinado para reagir a pessoas estranhas e, ao
mesmo tempo, ser gentil e boa companhia com as pessoas e bichos de casa, e
também deve receber a mesma atenção e carinho de um cão de companhia.
Treinar
cães para guarda era muito fácil... Exige algum tempo — umas duas semanas para
obediência, mais dois a três meses para treinamento de guarda — e paciência.
Cão
que ladra é como se apitasse
O
cão deve latir e dirigir-se ao dono quando perceber algo inusitado ou uma
pessoa estranha e latir quando um estranho se aproxima. Se uma pessoa estranha
se aproximar, deixe o cão latir até você mandá-lo parar; se for pessoa amiga, dê
o comando de "é amigo!" ou similar para que ele pare de latir, não se
esquecendo de recompensá-lo quando ele obedecer.
O
ideal é treinar o peludo para procurar um membro da família caso ocorra algo
errado ou incomum; este treinamento consiste em deixar o cão latir e chamá-lo
para recompensá-lo com um petisco ou brinquedo de mastigar, para que ele
desenvolva o reflexo de latir e avisar a família ao perceber algo errado. Se
ele é do tipo "falador", que late muito, é preciso ensiná-lo a
atender ao comando de "quieto", borrifando-lhe a boca com água ou
sacudindo uma lata cheia de parafusos ou outro objeto que faça barulho
irritante para ele.
Quem
e onde o cão não deve atacar
No
começo pode dar trabalho ensinar o cão a não pular sobre visitas amigas e ao
mesmo tempo pular em cima de estranhos. E cuidado ao deixar cães treinados para
atacar estranhos perto de pessoas estranhas bem-vindas! Nunca é demais lembrar
que cães têm raciocínio bem mais simples que humanos, e se foram treinados para
reagir a pessoas estranhas, eles não são obrigados a adivinhar se elas são ou
não velhas amigas do dono e atacarão mesmo.
Cães
de guarda são treinados mais para parar de atacar do que para atacar. O bicho
deve também ser treinado, com o comando de "não!", para evitar
avançar agressivamente em outros bichos da casa, inclusive gatos, nem sucumbir
à tentação de fêmeas no cio.
Outro
detalhe é familiarizar o cão com as fronteiras do território — casa, chácara,
fazenda, o que for — para evitar que ele as ultrapasse caso precise perseguir
um ladrão ou intruso. Leve-o para conhecer as fronteiras durante vários dias, e
solte-o da coleira; se ele ameaçar avançar para além, dê o comando de
"não!" ou similar até ele aprender.
O
cão deve ser ameaçador para os intrusos, e não para toda e qualquer coisa ou
pessoa. O bicho deve ser socializado de forma a atacar por instinto, não por
"medo de tudo" que possa o levar à "coragem nascida do
medo" e atacar até o dono. E se seu cão for naturalmente bravo, não se
esqueça de colocar no muro ou portão uma placa de "cuidado, cão
bravo" ou similar.
Guarda
é para todos
Caninos
de todas as raças podem ser treinados para guarda. O que pode variar é o
temperamento de cada um — há até um teste para isso.
Esses
passos são o suficiente para o peludo vir a ser um bom guarda caseiro. Não se
esqueçam de dar a ele ainda mais atenção e carinho que para um
"simples" cão de companhia — além de, claro, bom salário na forma de
boa ração, bons brinquedos, bons passeios e bom carinho. Se guardas são
"mal necessário" de nossa sociedade desigual e violenta, cães de
guarda estão longe de ser um mal.
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Filhos
são do mundo!
Devemos
criar os filhos para o mundo. Torná-los autônomos, libertos, até de nossas
ordens. A partir de certa idade, só valem conselhos. Especialistas
ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebê que um
dia levamos na barriga. E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso. O
que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que
gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos.
Então,
filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém
além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os
melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é
o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de
dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de
perder algo tão amado.
Perder?
Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo! Então, de quem são
nossos filhos? Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos
que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser
dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e
emocionalmente.
E
o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam retornar
em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice? Pensar assim é entender os
filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são do mundo!
Três
dias na cobertura da tragédia na pousada Sankay ( Angra dos Reis), olhos
grudados em fotos, tevê e internet, vozes chorosas de mães e tios ao telefone
me fizeram pensar nessa dor gigantesca que deve ser para um ser humano devolver
o que mais amou nessa vida, mas nunca foi seu! E, principalmente, me fez
entender que mais do que corajosos, nós, pais, somos loucos por correr o risco
de amar tanto sem garantias.
Volto
para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os fllhos, olho
meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo!
Mas é. Eles são do mundo. O problema é que meu coração já é deles.
Lenice
Viana- jornalista
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