Segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
“O objetivo de um ano novo não é que
nós deveríamos ter um ano novo. É que nós deveríamos ter uma alma nova.”
(Gilbert Keith Chesterton)
EVANGELHO DE HOJE
Lc 2,22-35
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus
Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
22Quando se completaram
os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e
José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme
está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser
consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício – um par de rolas
ou dois pombinhos – como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia
um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, 26e esperava a consolação
do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele e lhe havia anunciado que
não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.
27Movido pelo Espírito,
Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o
que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29
“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz;
30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os
povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.
33O pai e a mãe de
Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou
e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como
de re-erguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição.
35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma
espada te traspassará a alma”.
Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor.
MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz
Luz para
iluminar as nações.
Este
Evangelho narra a apresentação de Jesus no Templo e a purificação de Nossa
Senhora. Nós o contemplamos no quarto mistério gozoso do terço. Nele aparece
três vezes a expressão “conforme a Lei do Senhor”. Maria e José viviam atentos
em cumprir direitinho todas as leis de Deus. Aí está um recado para nós: o
segredo da nossa felicidade está na fidelidade à Lei do Senhor. Para Maria e
José, eram as Leis do Antigo Testamente; para nós, são os mandamentos de Deus e
da Igreja.
A
apresentação de Jesus no Templo corresponde à nossa celebração do batizado das
crianças. Mas não basta batizá-las, é preciso fazer com que elas cresçam cheias
de sabedoria e da graça de Deus, como Jesus cresceu.
Como disse o
profeta Simeão, Jesus foi a Luz que Deus Pai enviou para iluminar as nações.
“Agora,
Senhor, podeis deixar teu servo partir em paz.” Simeão sabia que ninguém
consegue partir deste mundo com a esperança da vida eterna, se não está ligado
a Jesus. Ter a graça de segurar o Menino Jesus foi para ele um sinal de que
Deus o segurava em seus braços, portanto, podia morrer. Isso vale para nós. Se
queremos, ao sair deste mundo, ganhar a vida eterna, temos de segurar Jesus em
nossos braços, agarrar-nos a ele e não largá-lo mais.
“Os que se
deixam guiar pelo Espírito de Deus, esses são os filhos de Deus” (Rm 8,14). Foi
o Espírito Santo que levou Simeão ao Templo. Se queremos ter Jesus em nossos
braços, e assim ser dignos da vida eterna, dirijamo-nos ao Templo, à Igreja,
porque lá nos encontraremos com Jesus. “Vós, como pedras vivas, formai um
edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pd 2,5). Se vamos à Igreja
domingo, nós a carregamos conosco durante a semana, e assim nos tornamos também
um edifício santo e agradável a Deus. Na Igreja, nós encontramos a paz em
plenitude. “E a paz de Deus, que supera todo entendimento, guardará os vossos
corações e os vossos pensamentos no Cristo Jesus” (Fl 4,7).
Outro
destaque do Evangelho é a união do casal. Aliás, Maria e José estavam sempre
unidos, nas horas difíceis e nas horas alegres: no nascimento de Jesus; na fuga
para o Egito, na perda e encontro do menino no Templo... A família de Nazaré
era unida e todos os membros colaboravam, cada um do seu modo. Assim, só podia
dar no que deu: uma família que formou três santos. No casamento, o casal faz
um juramento diante de Deus, da Igreja e dos familiares; um juramento de
permanecerem unidos até o fim da vida.
Quando o
profeta Simeão pegou Jesus nos braços, ele disse a Maria: “Este menino vai ser
causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um
sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações.
Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. O mundo tem outros valores e
segue outro caminho. Por isso que Jesus foi um sinal de contradição, e a mãe
sofreu com ele. Todos os seguidores de Jesus têm a mesma sina: ser um sinal de
contradição e ter a espada de dor.
Simeão
disse, em sua profecia, que “serão revelados os pensamentos de muitos
corações”. Diante de Jesus, caem as máscaras. As pessoas malandras não
conseguem esconder suas falcatruas. As maldades aparecem, e os primeiros a
sofrerem as conseqüências são os cristãos.
Certa vez,
um viajante contratou um burro para levar uma pequena carga porque estava indo
para um lugar distante. O dono do animal foi junto, porque sabia lidar com ele.
Como o calor
estava muito forte e o sol brilhava intensamente, o viajante parou para
descansar e buscou abrigo na sombra do burro. Acontece que a sombra só protegia
uma pessoa e tanto o viajante como o dono do burro a reivindicavam. Por isso
surgiu entre eles uma violenta disputa sobre qual teria o direito de
desfrutá-la. O proprietário dizia que alugou apenas o burro e não a sua sombra.
O viajante afirmava que ao alugar o burro alugou também a sua sombra.
A disputa
prosseguiu com palavras e socos e, enquanto os homens brigavam, o burro galopou
para longe.
Ao disputar
pela sombra, frequentemente nós perdemos a substância. Precisamos trabalhar
pela nossa união, a fim de imitarmos a família de Nazaré.

Vamos pedir
à Família de Nazaré que nos ajude a segui-la em tudo, mesmo que nos venham
espadas e cruzes. No meio de um mundo de mentira, que vivamos na verdade. No meio
de um mundo de violência, que vivamos na paz. No meio de um mundo de tristeza,
que vivamos na alegria. No meio de um mundo de egoísmo, que vivamos no amor. No
meio de um mundo ganancioso, que pratiquemos a partilha.
Luz para
iluminar as nações.
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