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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Segunda-feira 28/06/2016


Terça-feira, 28 de junho de 2016



“A vida é uma grande pergunta em busca de grandes respostas.” (Augusto Cury)




EVANGELHO DE HOJE
Mt 8,23-27

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.­
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!


Naquele tempo, 23Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. 24E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia.
25Os discípulos aproximaram-se e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!” 26Jesus respondeu: “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?” Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. 27Os homens ficaram admirados e diziam: “Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?”
www.paulinas.org.br/diafeliz



Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor









MEDITANDO O EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz


Levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria.
Este Evangelho narra a cena da tempestade que é acalmada por Jesus. A barca com os discípulos representa a Igreja, a Comunidade cristã atravessando o mar revolto da vida.
A outra margem é a nossa vocação, a nossa missão na terra, é o Reino de Deus, que somos chamados a construir. Um mundo de mais justiça, fraternidade, verdade, união com Deus e vida plena para todos..
Haverá tempestades na travessia. Seria muito mais seguro ficarmos parados na praia, pois não teríamos de enfrentar as tempestades. Mas o mundo não se beneficiaria dos dons que Deus colocou em nós, e estaria ainda mais distante do projeto do Reino de Deus. A travessia é difícil, mas quando chegarmos do lado de lá, veremos que Deus nos ajudou e compensou o sacrifício. Afinal, Jesus está na barca.
Quem dorme não tem condições de ajudar ninguém. Deus não dorme, mas, apesar de ver tudo e guardar na memória, ele age como se estivesse dormindo, isto é, não interfere, devido ao seu respeito à nossa liberdade. Ele não age, se não o chamarmos através da oração, abrindo a porta do nosso coração para ele entrar.
Deus não interveio nem quando fizeram o maior pecado da história, que foi matar o seu Filho. Hoje as maldades são também grandes: aborto, guerras injustas, tráfico de pessoas e de drogas, a destruição da natureza...
Mas vê tudo o que se passa, e um dia vai cobrar de nós, vai perguntar de que lado estávamos diante dos pecados sociais.
“Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?” Os discípulos deviam ter acordado Jesus antes, e sem ficar apavorados, pois Deus estava com eles. Foi isso que Jesus repreendeu.
“Quem fechou o mar?Quem dominou a natureza e tudo o mais?” (Jó 38,8-11). Deus é poderoso, qualquer problema é “fichinha” para ele. Com ele dentro da barca estamos seguros e podemos entrar em qualquer tempestade.
Depois que os discípulos perceberam que todos os seus esforços estavam sendo em vão, aí que recorreram a Jesus. Quantas vezes acontece isso conosco. Deus está ao nosso lado, e não o procuramos, preferindo lutar sozinhos para vencer. “Orai sempre e nunca cesseis de o fazer”, disse Jesus. O cristão reza o dia inteiro. São jaculatória ou pequenas orações que ele ou ela faz, quando aparecem as tentações. As tentações começam na nossa cabeça, no nosso pensamento, e aí a enfrentamos logo com a oração.
Nós, como os discípulos, ainda não conhecemos bem a Deus, nem sabemos andar na presença dele. Por isso que Jesus proibia as pessoas de divulgarem seus milagres, que mostravam claramente a sua divindade. Ele queria que os discípulos primeiro aprendessem a viver com Deus, para depois saberem que ele é Deus.
Os Evangelhos sempre narram que, após um milagre, os discípulos ficavam com medo. Imagine se todo mundo ficasse sabendo! Ninguém se aproximaria de Jesus.
Deus é o Senhor de tudo, até do mar. Mas é principalmente Pai, e quer seus filhos e filhas bem pertinho de si.
Há muitos modos de vivermos no mundo: 1) Ficar na margem. 2) Ajudar a criar mais tempestades. 3) Entrar em outros barquinhos por aí, que não levam à outra margem. 4) Ficar lutando sozinho contra as ondas, sem buscar Jesus e a Comunidade. 5) Fazer o que fizeram os Apóstolos, isto é, indo atrás de Jesus, que agiu e fez uma grande calmaria.
Certa vez, uma família distinta convidou uma noviça para jantar com eles num restaurante de luxo. A madre superiora deixou, e a jovem foi. Mas na hora da refeição, a noviça ficou tão chocada com a cena que viu, que perdeu o apetite: do lado de fora do restaurante, havia várias crianças sujas, maltrapilhas e certamente famintas olhando pela janela. Já a família, que estava acostumada com aquilo, não se chocou; nem os demais comensais e os garçons.
O noviciado é uma escola para se construir o mundo da outra margem, isto é, o Reino de Deus levado a sério. E a tempestade surge justamente quando começamos a dar passos na construção deste mundo novo, rompendo com o mundo velho do pecado e da injustiça. Neste caso, a tempestade já começou dentro da noviça, e essa tempestade só se acalmará quando ela, junto com a Comunidade cristã, começar a colocar em prática as suas convicções, nascidas do Evangelho.
Maria Santíssima foi a mulher de fé, que venceu todos as tempestades e cumpriu de forma brilhante a sua vocação. Santa Maria, rogai por nós!
Levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria.

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COMPORTAMENTO

Leandro Karnal: “A Inveja É Um Tipo De Cegueira, Ela É A Dor Pelo Sucesso Alheio”


Na Divina Comédia, de Dante Alighieri, os invejosos não vão para o inferno, vão para o purgatório. O castigo: pálpebras costuradas por fios de arame. Para o historiador Leandro Karnal, o castigo faz sentido, já que toda a inveja vem do olhar. Invejamos o que está próximo da gente. “A inveja é um tipo de cegueira, ela é a dor pelo sucesso alheio”, resume  Karnal .

Único pecado do qual ninguém se orgulha, a inveja, que segundo o professor não deve ser confundida com a cobiça, atravessa a realidade das pessoas.

Para Karnal, doutor em História Social pela USP, professor da Unicamp e autor de diversos livros, conviver com pessoas que possuem mais bens, são mais bonitas, mais inteligentes ou com mais carisma do que nós constitui a prática dura da sociabilidade. A maioria das pessoas se considera invejada, mas não invejosa porque o pecado é quase inconfessável. “A inveja é dolorosa porque é uma homenagem indireta a quem eu invejo”, explica.

Em entrevista por telefone ao POPULAR, Karnal falou um pouco mais sobre sua visão sobre o tema, adiantou tópicos que serão debatidos hoje à noite e falou da importância de reconhecer nosso objeto de inveja como forma de autoconhecimento. Confira trechos da conversa:

Zuenir Ventura escreveu no seu livro O Mal Secreto que a inveja é inconfessável, mas ninguém se livra dela, por mais que disfarce. Na sua opinião, por que a inveja é um pecado tão envergonhado?

Na tradição dos pecados capitais, as pessoas se orgulham deles. Elas se orgulham de comer demais, da luxúria, do sexo, da ira e até mesmo da avareza, dizendo que são “contidas”. Mas a inveja é um sinal de impotência, de desejar algo do outro. O resultado é um pecado envergonhado porque as pessoas têm de reconhecer que o outro é mais do que elas. Por isso é o único pecado do qual ninguém se orgulha. Ninguém sai por aí dizendo “eu sou invejoso”.

Muita gente confunde inveja com cobiça, mas o senhor faz questão de diferenciá-los. A cobiça seria um pecadinho “mais leve” do que a inveja?

A cobiça nem precisa ser pecado porque ela pode ser positiva. Eu cobiço o seu carro e compro um igual. Mas ela também pode ser negativa, como o caso do ladrão que cobiça seu carro e o rouba. A inveja não. Ela é sempre negativa, destruidora. Como define São Tomás de Aquino, a inveja é a tristeza pela felicidade dos outros, a exultação pela sua adversidade e a aflição pela sua prosperidade. É uma vontade de que o outro não seja feliz.







MOMENTO DE REFLEXÃO


Quando buscamos no passado as razões para a felicidade do presente, enganamos a nós mesmos.
 Aquilo que ficou ao longo do nosso caminho, ou não era nosso, ou não soubemos carregar.
O fato é que ficaram para trás e a vida não nos permite a volta no tempo.
O hoje é o agora, as nuvens que encobriram o sol, a solidão buscada ou indesejada e a esperança de que amanhã seja tudo diferente.
O hoje é aquilo que não sabemos aproveitar porque gastamos nossas energias a pensar no que perdemos ou não temos.
Nada podemos construir se estamos ocupados com outras coisas.
O coração é um sonhador.
É preciso ter cuidado com ele.
Se ele torna a vida mais doce e suave, pode conduzir também a perdições.
O coração não tem raízes e de raízes precisamos.
Devemos ser como as árvores, fincadas no chão, com os braços e a cabeça abandonados ao vento.
Da realidade tiramos nosso alimento, nossas lições, nosso sal tão necessário ao equilíbrio da vida; dos nossos sonhos, tiramos nossos momentos de evasão, aquilo que nos permite, no fim de tudo, viver e sobreviver.
É quando as árvores perdem suas folhas e parecem feias e abandonadas, que se preparam para algo novo.
Sonhos chegam e sonhos se vão, mas as raízes continuam fincadas no chão.
Quando olhamos para o passado, as coisas parecem bem mais perfeitas do que eram realmente, porque o sabor doce é o que gostamos de prolongar.
Só que passado não volta, mesmo se vive escondido no coração.
O hoje é o hoje, com todas as dores e todos os amores acumulados.
O hoje são os filhos, os netos,o trabalho, a idade que não perdoa, o tempo que não conseguimos segurar.
O coração sonha e é bom que seja assim.
Precisamos disso.
Precisamos desse momento de repouso, dessa pausa que nos dá coragem para dar um passo a mais.
Mas ele não pode nos perder, não pode jogar fora o que foi construído e o que nos pertence.
Se devemos caminhar, tem que ser daqui para a frente; se devemos reconstruir, tem que ser daqui para a frente; se devemos recomeçar, tem que ser com aquilo que possuímos e não com sonhos que não se realizaram no passado e parecem estar à nossa espera.
Temos que viver o hoje e assumir a vida de forma inteira e incondicional.
Só quando vivemos dentro da realidade é que conseguimos seguir em frente de maneira equilibrada.
A vida é dom de todos nós.
Se é mais curta, melhor ou mais interessante para uns que para outros, isso não é importante.
Pegamos o que nos é dado e por isso devemos ser agradecidos.
Antes de dar a chance ao coração de falar um pouco mais alto, coloque-o em ordem.
Não o compare, nem compare-se com ninguém, pois cada qual é dono do seu próprio caminho.
Siga, sem olhar para trás e nem para os lados.
Seja, com o que possui, simplesmente, feliz!

Letícia Thompson




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